sexta-feira, 16 de março de 2012

O Reino Visigodo na Península Ibérica

Batalha de Poitiers
Um dos dois grupos em que se dividiu o povo Godo, um dos mais importantes povos germânicos. Os Visigodos separam-se dos Ostrogodos no século IV DC, e invadiram os territórios Romanos, estabelecendo grandes reinos na Gália e na Hispania. Os Visigodos eram agricultores na Dácia ( actual Roménia ) quando foram atacados pelos Hunos em 376 e dirigiram-se através do rio Danúbio invadindo o Império Romano.O Império permitiu-lhes a sus entrada mas os exageros tributários das autoridades Romanas levou-os à revolta e ajudados pelos Ostrogodos derrotaram o exército Romano em 378 matando o próprio imperador Valente, em Andrinopla.
Visigodos significa Godos do Ocidente (Westgoten, alemão).

Os Godos, povo germânico saído da Escandinávia no século I, constituíram no século III um grande estado na Europa Oriental, entre os rios Don e Danúbio.

A chegada dos Hunos (375), vindos da Ásia Central iria dividi-los definitivamente em dois grupos:

• Ostrogodos (Godos do Oriente) entre o Don e o Dniepre,
• Visigodos (Godos do Ocidente) entre os rios Dniepre e Danúbio.

Com Alarico I (370-410), os Visigodos passaram para a Itália e, dali, com Ataúlfo, para a Hispânia (411).

Domínio sobre a Península Ibérica

Nos princípios do século V (409-411), aproveitando o vácuo de poder gerado pela decadência do Imperio Romano, os povos germânicos Vândalos e Suevos penetram na Península Ibérica e aí implantam reinos de curta duração. Uma importante fonte para a História desta época é a Crónica de Hydatius de Aquæ Flaviæ (Chaves). Até conquistarem o domínio total sobre toda a Península Ibérica, os Visigodos tiveram pois que enfrentar Suevos, Alanos e Vândalos, povos guerreiros germânicos que haviam ocupado a região desde antes de sua chegada.

A unidade do reino teria sido completa já durante o reinado de Leovigildo, mas ficou comprometida pela questão religiosa: os Visigodos professavam o Arianismo e os Hispano-romanos eram Católicos. O Reino dos Visigodos, apoiado por Teodorico e Eurico, alcançou o apogeu com Leovigildo, cujos filhos, Hermenegildo e Recaredo, abjuraram o Arianismo e converteram-se ao Catolicismo, institucionalizando os Concílios de Toledo.

O filho de Leovigildo, Hermenegildo, chegou a sublevar-se contra o pai, depois de converter-se ao Catolicismo. (A rebelião do filho católico de Leovigildo foi apoiada também por aristocratas arianos) Mas a fusão com os Hispano-romanos resolveu-se em 589, ano em que o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo religião oficial da Hispânia visigótica.

 

Na realidade, as aristocracias visigoda e hispano-romana encontravam-se de tal forma entrelaçadas, que a existência da diferença religiosa e de leis específicas para cada um dos grupos era apenas uma barreira formal: na prática, os casamentos mistos eram comuns, e a própria divergência religiosa podia ser matizada, como se pode comprovar pelo facto de a Igreja Católica na região nunca ter passado por perseguições sistemáticas por parte da monarquia visigoda, até o reinado de Leovigildo. )

A conversão de Recaredo, no III. Concílio de Toledo, em 589, marca o início de uma estreita aliança entre a monarquia visigoda e a Igreja cristã ibérica, desenvolvida ao longo do século VII, a qual ganharia uma expressão peculiar em textos de eclesiásticos da época, cujo ícone mais famoso é Isidoro de Sevilha.

As lutas internas levaram a que o seu último rei, Rodrigo, fosse derrotado pelos Muçulmanos na batalha de Guadalete (711). Assim, a monarquia visigoda foi destruída pela invasão muçulmana procedente do Norte de África, que substituiria o Reino Visigodo por Al-Andaluz.

Herança visigoda

Os visigodos caracterizaram-se pela imensa influência que receberam da cultura e da mentalidade política romana, e criaram formas artísticas originais, como o arco de ferradura e a planta cruciforme das igrejas, e realizaram um importante trabalho de compilação cultural e jurídica.

A arte visigótica que chegou aos nossos dias é constituída principalmente por arquitectura (p. ex. São Frutuoso de Montélios), escultura subjacente à arquitectura (frisos, capitéis) e ourivesaria (p. ex. os tesouros de Guarrazar e Torredonjimeno, em Espanha).

Figuras como Isidoro de Sevilha, ou obras jurídicas como o Código de Eurico, a Lex romana visigothorum e o Liber judiciorum, código visigótico que forneceu as bases da estrutura jurídica medieval na Península Ibérica, expressam o desenvolvimento cultural que o reino visigodo alcançou.
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Fonte: http://blog.msmacom.com.br/

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